Diogo Nogueira derrapa na escolha do repertório romântico e lança seu álbum mais fraco
Se neste quinto álbum de estúdio o sambista Diogo Nogueira se mostra cada vez melhor intérprete, a escolha equivocada do repertório faz “Mais Amor” naufragar nas águas banais do pagode romântico. Ainda que nos seus quatro trabalhos anteriores a escolha do repertório tivesse sido sempre um problema para o cantor carioca, que oscilava entre dignificar os genes familiares – Diogo é filho do grande sambista João Nogueira – e buscar o sucesso radiofônico, em “Mais Amor” Diogo escolheu o lado popular sem meias intenções.
O cd foi feito especialmente para seduzir o público feminino, intenção já explícita na capa e fotos do encarte que trazem o cantor com ares de galã de novela. Musicalmente, pouca coisa se salva neste álbum pouco delicado. Nem mesmo as parcerias e duetos com nomes do porte de Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho ficam imunes à rala inspiração do trabalho que se revela cansativo nos seus mais de 50 minutos de repetição temática – é um tal de beijo na boca pra lá, cama pegando fogo pra lá, num sem fim de banalidade. “Primeiro samba” (Serginho Meriti, Fátima Lima, Mi Barros e Rodrigo Leite), melhor momento do intérprete, e a bem humorada “Carinho não pode faltar” (Flavinho Silva, Almir de Araújo e Carlinhos da Ceasa), são duas faixas que parecem ter um pouco mais a mostrar. Num álbum de 14 faixas é um saldo bem raso. Diogo Nogueira pode mais.
Diogo Nogueira – Mais Amor
Lançamento: EMI Music
Quanto: R$ 25, em média
Review: * 1/2
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